O Ministério
da Saúde lançou nesta quarta-feira (5/11) o novo Guia Alimentar
para a População Brasileira. A atualização da publicação relata quais cuidados
e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. A
nova edição, ao invés de trabalhar com grupos alimentares e porções
recomendadas, indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos
(frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas
secas), além de evitar os ultra processados (como macarrão instantâneo,
salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A intenção do Guia Alimentar é
promover a saúde e a boa alimentação, combatendo a desnutrição, em forte
declínio em todo o país, e prevenindo enfermidades em ascensão, como a
obesidade, o diabetes e outras doenças crônicas, como AVC, infarto e câncer.
Além de orientar sobre qual tipo de alimento comer, a publicação traz
informações de como comer e preparar a refeição, e sugestões para enfrentar os
obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar saudável, como falta de
tempo e inabilidade culinária.
“Mais do que um
instrumento de educação alimentar e nutricional, o guia se insere dentro da
estratégia global de promoção da saúde e do enfrentamento e do excesso de peso,
que já atinge mais da metade da população brasileira. A carga de doença
associada à obesidade é imensa. Para sair da agenda da doença, precisamos
trabalhar pela melhoria da alimentação e incentivar a prática de hábitos
saudáveis.
Dados da pesquisa
Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
por Inquérito Telefônico) indicam que atualmente 50,8% dos brasileiros estão
acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores
que os registrados em 2006 - quando a proporção de pessoas acima do peso era de
42,6% e de obesos era de 11,8%.
Redigido em linguagem
acessível, o Guia Alimentar se dirige às famílias diretamente e, também, a
profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores
cujo ofício envolve a promoção da saúde da população.
O Guia orienta as
pessoas a optarem por refeições caseiras e evitarem a alimentação em redes de
fast food e produtos prontos que dispensam preparação culinária (‘sopas de
pacote’, pratos congelados prontos para aquecer, molhos industrializados,
misturas prontas para tortas). Outras recomendações são o uso moderado de
óleos, gorduras, sal e açúcar ao temperar e cozinhar alimentos, e o consumo
limitado de alimentos processados (queijos, embutidos, conservas),
utilizando-os, preferencialmente, como ingredientes ou parte de refeições.
Na
hora da sobremesa, o ideal é preferir as caseiras, dispensando as industrializadas.
Destaque especial é
dado também às circunstâncias que envolvem o ato de comer, aconselhando-se
regularidade de horário, ambientes apropriados e, sempre que possível
companhia. O ideal é desfrutar a alimentação, evitar a refeição assistindo à
televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou atividades
profissionais.
PREPARAÇÃO DO ALIMENTO
-
O novo guia também busca valorizar a culinária, e indica o planejamento das
refeições e interação social, com o envolvimento de amigos e família na
elaboração da comida. “No Brasil e em muitos outros países, a transmissão de
habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força”, admite a
coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável
pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar, Patrícia
Jaime. “Por isso, o Guia Alimentar dedica uma parte importante de suas
recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens e
mulheres, adultos e crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo
de refeições e à defesa das tradições culinárias como patrimônio cultural da
sociedade”, enfatiza.
AMBIENTE SUSTENTÁVEL -
O Guia Alimentar foi produzido em parceria com o Núcleo de Pesquisas
Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e com o apoio
da Organização Pan-Americana da Saúde e substitui a versão anterior de 2006. O
processo de elaboração envolveu profissionais de saúde, educadores e
representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do
Brasil. A conclusão contou ainda com o resultado de uma consulta pública que
envolveu 436 participantes e recebeu 3.125 comentários e sugestões.
O novo guia dá grande
importância às formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos,
privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e
ambientalmente sustentável como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.
Conheça os dez passos
para uma Alimentação Adequada e Saudável:
Fazer de alimentos in
natura ou minimamente processados a base da alimentação
Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
Limitar o consumo de alimentos processados
Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
Limitar o consumo de alimentos processados
Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Saiba quais são os
diferentes tipos de alimentos:
Alimentos in natura:
essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e
frutas.
Alimentos minimamente
processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de
substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex:
arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição
de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas
de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.
Alimentos processados:
são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para
torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura
(cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e
defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.
Alimentos
ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum
alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes,
chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e
temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos
para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.
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