GOVERNO CRIA COMITÊ DE ATENÇÃO À PESSOA
CELÍACA
O Ministério da Saúde
criou um Comitê Intersetorial de Atenção Integral às Pessoas Celíacas para
elaborar, planejar, monitorar e avaliar as políticas de atenção voltadas para
cerca de 1 milhão de celíacos que existem hoje no Brasil.
A
doença celíaca é autoimune. O portador tem intolerância permanente ao glúten,
uma proteína encontrada no trigo, na cevada, no centeio, na aveia e em seus
derivados. Nos celíacos, o glúten - que está presente em pães, biscoitos e em
uma infinidade de alimentos - desencadeia a produção de anticorpos no intestino
delgado, que inflamam as paredes intestinais e dificultam a absorção de
nutrientes.
De
acordo com a nutricionista Lucélia Costa, presidenta da Federação Nacional das
Associações de Celíacos (Fenacelbra), os sintomas podem variar, mas os mais comuns
são diarreia crônica (de mais de 30 dias), prisão de ventre, anemia, falta de
apetite, vômitos, emagrecimento, perda ou pouco ganho de peso, atraso de
crescimento ou da puberdade, humor alterado, irritabilidade ou desânimo e
distensão abdominal.
A
nutricionista acrescenta que a doença pode causar uma série de problemas associados,
como o hipotireoidismo, vitiligo, a asma, dores articulares, entre outros. “[A
doença celíaca] ainda é desconhecida e subestimada pela maioria da população e
pelos profissionais de saúde [no Brasil]”. Ela pode levar anos para ser diagnosticada,
já que os exames de sangue existentes são, às vezes, insuficientes pa-ra uma
conclusão. No entanto, pode ser confirmada por meio de uma endoscopia, com a
biópsia de uma amostra do tecido do intestino delgado.
O
celíaco deve se privar de comidas que contenham glúten por toda a vida.
“Qualquer quantidade pode desencadear reações”, ressalta Lucélia. Ela explica
que pode haver ainda restrições a outros alimentos, como o leite, a soja, o
açúcar, o milho e até a alguns medicamentos e produtos de higiene e beleza. Os
alimentos que contêm glúten podem ser substituídos por produtos com fécula de
batata, fari-nha de milho, amido de milho, polvilho, farinha ou creme de arroz,
araruta ou fubá.
Fonte: Agência Brasil